Friday, January 30, 2009

Recém-chegada

Num controverso post de há dias, José Saramago considera que Hillary Clinton deveria omitir o apelido do marido, que já terá passado à história, e lhe diminui a identidade, devendo optar pelo Rodham de nascimento, mais de acordo com o futuro brilhante que ele lhe antevê como secretária de Estado. A propósito deste facto, veio-me à ideia, uma anedota que me contaram. Num certo dia Bill e Hillary viajavam pelo estado de Illinois, donde aparentemente ela é, e pararam numa estação de serviço para atestar o carro de gasolina, quando ela se volta para o marido dizendo-lhe que na adolescência teria namoriscado o respectivo funcionário. Então, ele responde-lhe que se por acaso o namoro tivesse terminado em casamento, certamente a estação de serviço teria sido o seu cenário mais provável. Só que, como ultima palavra, ela diz-lhe que ao contrário do que ele pensava, se ambos tivessem casado que quem teria sido presidente dos Estados Unidos seria o tal homenzinho! Nem mais.

Wednesday, January 28, 2009

O mundo renovado

Em momentos de maior stress, na tentativa de eliminar uma crise sem precedentes, por vezes recusamos enfrentar os desafios que mais nos atemorizam. Encontrar forma de tudo resolver, torna-se no pior dos cenários, incontornavelmente complexo, e com um discurso negativo a depressão é inevitável. A economia privada não será certamente solução para todos os problemas, e ao nos sensibilizarmos com a situação de desequilíbrio deveríamos repensar na redistribuição, começando por cada um de nós. É certo que a imprevisibilidade nos agudiza os tempos, acrescentando-lhe outra dimensão, e quando tudo parece desabar é vital não perder nunca ideais. Já na Roma antiga se dizia, que foi o medo que trouxe os deuses ao mundo! Aprender a lidar com as pequenas dificuldades do dia a dia, transpondo a imobilidade requer um envolvimento responsável, uma atitude de compreensão, e consequentemente o entendimento global. Ao fortalecermo-nos mutuamente contribuímos para um projecto muito mais vasto e integrador. E às vezes, como se diz por aí, é preciso que tudo mude, para que no final tudo venha a ficar na mesma!

Monday, January 26, 2009

A natureza dos segredos

Quando nos preparávamos para uma nova limpidez, eis que os recorrentes registos nos lançam na obscuridade. Os indícios, as sombras que nos rodeiam, a contínua suspeita, a superioridade moral de alguns, e o multiplicar de alusões, introduzem a acção dos pequenos filmes dentro do grande psicodrama. Retomando pormenores, a cada passo aguardamos por desfechos, entre o que se esconde e o inexplicável, e as opiniões opostas e o excesso de imaginação, em incessante vaivém. Algo suspenso entre a confiança e a suspeição, que nada prova, reforça a escuridão em que nos obrigam a viver. E, a meio caminho, nas viagens de um lugar a outro, ao avaliar o explicitado e o insinuado, os perseguidos e os perseguidores, todos me sugerem mal-estar, e desencadeiam o que pressinto, e aquilo de que me querem convencer. Neste diálogo interior a preto e branco, e sem palavras, se calhar acabamos tal como começámos, sem saber a verdade, pura e simplesmente no vazio.

Saturday, January 24, 2009

Paralelismos

Erradicando a crise do pensamento, com os olhos ainda do lado de lá do Atlântico, eis senão quando sombras negras do que terá sido mal resolvido, e indesejáveis rajadas de vento, nos ameaçam o território. Na busca da verdade, entre temas e enredos, onde é difícil escapar imune, interrogo-me sobre o que é notícia, e o credível, e no que é legal, e a moralidade. E uma vez mais fico espantada com a rapidez com que tudo muda. Afinal o que está em jogo, e o que nos persegue, diminuindo-nos, e fragilizando-nos assim? Qual a dimensão do poder? Quando as minhas expectativas tendem a arrefecer. Será que Obama terá margem suficiente para tudo mudar, como num golpe de magia? Esperaremos nós demais de um homem só? Na diversidade das minhas reflexões sinto o pulso do país, e do mundo, que desesperadamente precisa de esperança, ao mesmo tempo que preservo na memória a visão da rainha do soul, que há dias deu voz ao «momento», e daquele chapéu que ainda me faz desvairar.

Thursday, January 22, 2009

Honras de destaque

Sem conseguir desligar-me, o momento forte que há dias testemunhámos, não nos irá nunca deixar. Este fenómeno de simpatia provocou-nos emoções tão intensas, que atravessou continentes contagiando o mundo, de lés a lés. Finalmente uma nova ordem muda-nos o tom, e aponta-nos diferentes soluções. Comprometido com causas, a cada novo olhar dá-nos o sinal, traça-nos linhas mestras, e define-nos critérios, abrindo-nos a porta à esperança. Chamados a recomeçar, com uma clareza maior, de festa em festa, dita-nos o ritmo numa maratona de dança, quando o seu encanto nos ultrapassa, e nos faz rodopiar.

Wednesday, January 21, 2009

Finalmente

Tuesday, January 20, 2009

Sensibilidade e percepção

Mudança é a palavra-chave, e daqui a 2 horas, com o avançar do dia, cumprir-se-á o sonho do direito à diferença. Contrastando com o seu antecessor, surge-nos inteligente, qualificado, dotado de um carácter excepcional, e muito mais ligado à realidade dos nossos dias. O momento é histórico, os objectivos essenciais, e o efeito terá forçosamente de ser positivo para a retoma global. A incógnita reside no tempo que durará o seu estado de graça. Em torno de Obama está o olhar messiânico, algumas dúvidas, o que é expectável, e toda a pressão do jogo económico. Os desafios são imensos, as situações difíceis, as esperanças mais que muitas, e a oposição feroz, quer por parte dos neoconservadores, ou dos grandes grupos económicos, ou até dos cristãos fundamentalistas, da «outra América», mais rural e profunda que eu conheço. O importante é lançar bases, reunir uma equipa coesa, e em clima de unidade responder afirmativamente, com uma nova atitude que faça renascer a paz.

Monday, January 19, 2009

Ao invés

Imaginar a vida do fim para o início, levados pela fantasia e a imaginação, é a proposta do «Estranho caso de Benjamin Button». Um percurso de toda uma existência, mas, em sentido inverso, com as consequências que daí resultam. A ideia original surge a partir da literatura de Scott Fitzgerald – um dos mais talentosos escritores americanos do século XX, e acaba por se transformar num filme complexo, que essencialmente contempla o amor, e nos faz reflectir sobre a condição humana, as suas experiências mais marcantes, as ligações sentimentais, os desencontros, e o que o destino teima reservar. Registo brilhante, acompanhado de admiráveis manipulações tecnológicas no compor das personagens, absolutamente imperdível.

Saturday, January 17, 2009

Força motriz

No arranque de mais um ano, e sempre em renovação, eis que nos surge pertinente e criativa, com mais uma das suas tertúlias. Esta tarde, o grande homenageado foi António Aleixo (1899-1949) – poeta popular, que onde quer que calhasse, não perdia a oportunidade de improvisar as suas rimas, que a várias vozes, ali mesmo ganharam expressão artística. De realçar a presença do seu neto Victor, que, socorrendo-se de uma mão cheia de quadras avulsas, apaixonadamente nos agraciou com a sua presença. Nesta, que terá sido a sua derradeira tertúlia, a Zizi, através de mais uma acção concreta, na actual conjuntura, terá esgotado a paciência, mas nunca a pulsação dos poemas. Que o seu efeito criativo possa ser levado à avante, noutra hora, rasgando outro espaço qualquer, afim de que possa continuar a transmitir-nos com a sua onda de cor, toda a sua versatilidade, e constante prazer pela vida.

Os teus olhos, mulher linda,
P’ra quem neles soube ler,
Dizem mais coisas ainda
Do que tu sabes dizer.
António Aleixo

Friday, January 16, 2009

Escapando às convenções

Por mero acaso, a alusão aos cruzamentos de credos fez recuar-me no tempo. Há pouco mais de 30 anos, também fui aconselhada a não casar com um cidadão americano, que estaria condenado à partida, tomando como exemplo as uniões falhadas das estrelas de Hollywood!? Certamente haverá pólos de conflitualidade difíceis de ajustar, sobretudo nos casos em que a mulher perde o seu carácter igualitário, nos dias que correm. Frequentemente as implicações religiosas surgem-nos como um dispositivo moral, com o intuito de nos reger as vidas. Contudo, o poder de sedução, que não escolhe idades, nem culturas, em geral sobrepõe-se, e duvido que alguém ponha de lado uma visão idílica, por causa da fé do outro, ainda que um pouco de incerteza não deixe nunca de nos acompanhar. Claro que o assunto promove a reflexão, e gera opiniões mais ou menos consensuais, mas, acima de tudo deverá ser um indício de liberdade, que tem a ver com a nossa própria intimidade, e com a tolerância e a compreensão do outro.

Thursday, January 15, 2009

Paragem obrigatória

Entalada entre o passado e o futuro, eis que se dirige a toda a sociedade. Incontornável, espreita-nos à superfície, abaixo da linha de água, do lado mais sombrio, ou à beira do limite. Reduz-nos o poder de compra, oprime-nos e destrói-nos. Desencantados, sentimo-la na pele, encarando-a com a maior apreensão e angústia. Ela representa o vazio, onde introduzimos as causas de cada um dos nossos males, como uma espécie de ameaça colectiva. Por vezes, rouba-nos o sorriso, e afasta-nos da esperança, que se torna mais longínqua. E de nada tem valido as movimentações políticas, os pacotes anti-crise, e o resto das medidas decisivas, tendo em conta a falência do sistema. Os estímulos parecem insuficientes para suster os danos, quando tudo se modifica e relativiza. Porém, o desgaste e a frustração levam-me a repensar as regras do jogo, deste terrível beco sem saída. Em vez de continuarmos a andar para trás, talvez que o retomar de novas directrizes nos tirasse desta trajectória descendente, ao mudarmos de postura privilegiando os laços, a autenticidade, e tantas outras boas práticas de outrora.

Tuesday, January 13, 2009

Desafiando o sistema

O drama é roubado à vida real. Ocorre em Los Angeles, em finais dos anos 20, quando um momento muda por completo a vida de uma mulher. O filme conta a jornada da sua incessante busca, sem nunca, nunca desistir. A não perder.

Sunday, January 11, 2009

A todo o vapor

Ele teve um papel dinamizador, um outro espaço serviu de tubo de ensaio, e dali, num ápice o Capricho se converteu em projecto pessoal. Depois, limitei-me a contemplar o mundo, a captar os lugares e os momentos, a pegar nos gestos de cada um, a ouvir em surdina, a prender os pormenores, e a recolocá-los em linguagem e imagens, sob a minha perspectiva. Nesta janela para o mundo, o que me move é o desafio constante, o olhar crítico, e a permanente encenação, que me convida à reflexão, me dá oportunidade de reacção imediata, e me estimula a criatividade, a rapidez do raciocínio, e o discurso positivo. Absorvente, apaixonante, intimista, e interventivo, exige-me esforço, disciplina, tempo que não disponho, e por vezes o melhor de mim própria. Em redor de todos estes ideais, encontro a realização num infindável exercício de aprendizagem. O Capricho celebra hoje o seu 1º aniversário, e tornou-se na minha aposta para o futuro próximo.

Saturday, January 10, 2009

Travessia do tempo

Na intensidade da procura, voltámos ao seu encontro precipitados por respostas, nesta que terá sido a 5ª sessão, desde que o ano passado desencadeámos este ciclo de conversas. «Vale a pena viver a vida» serviu de mote à Nicole, para dar início ao colóquio desta tarde. E porque o processo de desenvolvimento do ser é o nosso principal objectivo, através das experiências do conhecimento, e de técnicas de aperfeiçoamento pessoal, prosseguimos o nosso trabalho para chegar ao bem-estar interior, à pureza absoluta, e à verdade mais íntegra. Ao contrariarmos o plano divino, em vez de nos aproximarmos, afastamo-nos regredindo. É necessário estarmos atentos a todos os sinais, e à vibração energética, afim de nos libertarmos do ego, dissonante do amor incondicional. Através do reiki aprendemos a crescer em consciência, e a criar a nossa própria realidade, quando no decurso de autodestruição e irresponsável conduta de devastação do planeta. Num universo de 12 dimensões, logo após uma época em que nos subjugámos ao materialismo, demos em 2003 um grande passo do 3º para o 4º nível. Que cada um desperte em si a oportunidade de se libertar dos bloqueios que nos atormentam, e nos impedem de viver a vida em alegria, para que em 2012 estejamos receptivos à mudança de uma nova etapa cósmica, que transformará o mundo, e nos trará um novo amanhecer.

Thursday, January 8, 2009

Brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

Não mata, mas pode originar complicações respiratórias graves, e a culpa de todo este surto, ou epidemia de gripe, que está a esgotar as camas hospitalares vai todinha para as condições climáticas, e sobretudo para as temperaturas negativas. A intuição diz-me que beber muitos líquidos, sobretudo chás e infusões são nesta altura o melhor remédio. Além disso a sensação de dor e cansaço que nestas ocasiões nos acompanha é também a forma do nosso organismo pedir descanso, sendo aconselhável abrandar-se o ritmo, ou mesmo enfiarmo-nos na cama. Pessoalmente ingiro diariamente vitamina C ao longo de todo o ano, e sinto que tenho o sistema imunitário bem protegido. No outro dia, em Lisboa, um taxista dizia-me amparado pela Igreja Universal do Reino de Deus, que o tornava menos vulnerável a contrair esta ou quaisquer outras mazelas. Seja o que for que acreditemos, convém que nos mantenhamos atentos aos próximos boletins, e nos agasalhemos contra esta onda de frio, que tanto nos tem surpreendido, deixando-nos verdadeiramente a bater o dente…

Wednesday, January 7, 2009

Reconhecimento de evidências

Porque as assimetrias existem, a quadra festiva que terminou terá sido de excessos para alguns, e de carências para outros. Porém, retomando a rotina do dia-a-dia, um episódio ocorrido ontem ter-me-á remetido para um outro, quando nos tempos da minha juventude visitei os Estados Unidos pela primeira vez. Mal cheguei ao aeroporto de JFK, em Nova York, e apesar de levar um visto de turista, retiveram-me o passaporte, que supostamente me seria entregue na delegação de imigração do meu destino, após interrogatório mais prolongado!? Lembro-me como se fosse hoje do impacto negativo que o acontecimento me causou, e de como na altura me arrependi de alguma vez ali ter ido parar, durante o voo que me levou a Dallas. No entanto, uma vez no Texas alguém do meu círculo de amizades ter-me-á dito qualquer coisa que na altura me pareceu tão estranho que nunca mais esqueci, e que se resumia à seguinte frase: - «Na América não importa quem tu és, mas quem tu conheces»! Escusado será dizer que dias depois, sem ter sequer que me deslocar a lado nenhum, tinha o passaporte de novo nas mãos. Ontem à tarde, ao aplicar a regra no ímpeto de um momento, ainda que em circunstâncias da menor relevância, constatei que passados mais de 30 anos, a mesma continua a funcionar também deste lado do Atlântico, da mesma forma, e nos dias que correm. Obrigada Adelina!

Tuesday, January 6, 2009

Enredados no tempo

Desfaz-se a árvore, arrecada-se o presépio, e retira-se a coroa que pendurámos à porta, anunciando a todos que o Natal tinha chegado. Voltamos a colocar nas caixas as bolas de várias cores, os laços, as estrelas brilhantes e as meias-luas, que novamente volto a colocar na prateleira mais alta. De cima da lareira, e do armário lacado a branco, um a um vou recolhendo todos os cartões de boas-festas que nos foram chegando do Canadá, do Reino Unido, da Alemanha, e o meu preferido de todos da Nathalie, na Áustria, de quem fui «au pair» na década de 70, quando tinha apenas dois anos e meio de idade, e que hoje é baronesa e vive num castelo com os seus 4 filhos retratados no postal!
Termina assim, neste dia de reis mais um ciclo no qual a mensagem mais profunda se resume ao renascer da esperança, para o mundo inteiro. Pena é que a violência que muitas vezes se apodera de cada um de nós, se acabe por projectar no sangue derramado por tantos inocentes, na terra prometida.

O mundo viu o Salvador
nascer humilde e pobre.
Ouviu os anjos proclamar
a paz que os homens vem salvar.
(cântico)

Saturday, January 3, 2009

Riqueza humana

Não querendo fugir à tradição, eis que esta manhã nos trouxeram as Janeiras, sob a orientação artística da maestrina ucraniana Olga Panchenko, no programa Portugal Sem Fronteiras da RTP1. Pelo trabalho que têm vindo a desenvolver, recebem frequentes convites, actuando regularmente em encontros de coros, e festas comemorativas, um pouco por todo o lado, na contínua procura de se afirmarem. A música faz parte integrante das suas vidas, e entrar no seu mundo, objectivamente definido, é um apelo interior, e uma experiência que cresce, e nos alimenta de emoções. Com cerca de 40 elementos, o coro da Universidade da Terceira Idade do Barreiro – Corutib, que já tive o privilégio de assistir ao vivo em Junho de 2007, na Igreja Matriz de Albufeira, é a verdadeira fonte de inspiração, em actividade intensa.

A todos muito obrigada

Desejando Boas Festas
Senhora da Graça ajude
As pessoas como estas
(adaptação)

Friday, January 2, 2009

Volte-face

Terminado o ano mergulhados na crise social e económica, entramos em 2009 num verdadeiro cenário de imprevistos e tensões. E, logo surgem as inevitáveis reflexões. Afinal o que está errado, e o que se esgotou? O que estagna, e o que avança? Qual a diferença entre a estatística e o real? Ou a verdade e a ilusão? O que se desenha no horizonte? E como iremos a médio prazo governar as nossas vidas? Que soluções nos reservam os nossos actores políticos? Eis senão quando descobri, que depois do ano do Porco no Zodíaco chinês, voltamos ao simpático Rato, lá para Fevereiro, mais precisamente no primeiro dia da sétima Lua! Abençoada seja. Porque o Rato é criativo, imaginativo, e trabalhador respeitado exactamente pela sua capacidade de resolver todas as situações, mesmo as mais difíceis. E segundo a tradição chinesa, os seres humanos centralizam as características pessoais do signo regente de cada ano. Com tamanho potencial renovador, não tenho dúvidas de que passarei a dormir muito mais descansada, impermeável a quaisquer abalos externos.