Monday, May 26, 2008

Rasando os céus



Segundo o Antigo Testamento, no episódio da torre de Babel (Gênesis 11, 1-9) - jóia literária em menos de dez versículos, após o Dilúvio "todos se serviam da mesma língua e das mesmas palavras". Não havia diversidade de opiniões, e o ponto de vista de um, era o de todos, ao mesmo tempo que a actividade agro-pecuária igualava as pessoas.
O advento das cidades-estado provoca um movimento migratório do campo para a urbe, representada no relato bíblico, onde o povo decide construir uma cidade - a Babilónia (capital da Mesopotâmia, actual Iraque) que significaria "porta do deus".
A ideia era edificar nela uma torre tão alta que alcançasse os céus, com a intenção de eternizar os seus nomes, quebrando assim o limite entre o humano e o divino, ou o profano e o sagrado. Já não é a divindade que desce à Terra, é o ser humano que invade o Céu, e tudo graças à obra de suas mãos. Aquela cidade recebeu então o nome de Babel, que significa "confusão", pois provocando a ira de Deus, este castiga-os criando diferentes idiomas, confundindo-os por completo, e obrigando-os a dispersar-se pela face da Terra, até hoje, explicando-se, alegoricamente, a origem das muitas línguas faladas em todo o mundo!