Tuesday, April 10, 2012

À espera

Não grito de desespero porque nem de desespero sou capaz.
A vida antiga tinha raízes, talvez a vida futura as venha a ter.
A nossa época é horrível porque já não cremos - e não cremos ainda.
O passado desapareceu, do futuro nem alicerces existem.
E aqui estamos nós, sem tecto, entre ruínas, à espera…



Raul Brandão in Memórias - I - prefácio