Imagino paisagens como quem
sonha. Um quadro em que vou pondo outras
coisas: casa, terrenos vagos, uma ou outra
árvore, o sol da tarde. Até agora, uma
natureza morta. Na mesa da imaginação, o tampo
enche-se com estas imagens que vêm dos espaços
diversos em que uma vida se passa. Por baixo
da mesa, porém, sinto o teu pé tocar-me a perna. Vamos
embora, então: para onde nenhuma imagem nos
perturbe, e aí ficaremos sós, no espaço em branco
do amor.