Separo-me de ti nos solstícios de verão, diante da mesa do
juiz supremo
dos amantes. Para que os juízes me possam julgar, conhecerão
primeiro o
amor desonesto infinito feito de marés ambulantes de
espinhos nas pálpebras
onde as ruas são os pontos únicos do furor erótico e onde
todos os pontos
únicos do amor são ruas estreitíssimas velocíssimas
que se percorrem como um fio de prumo sem oscilação.
Luiza Neto Jorge in Difícil Poema de Amor – Poesia - Assírio
& Alvim - 2ª edição - 2001