Saturday, March 22, 2008

Pietà

Logo após a primeira lua cheia, depois do equinócio da primavera, eis que nos chega a Páscoa, quando aspiramos reintroduzir espiritualidade, no modo frio e materialista, com que nos habituámos a encarar as coisas. A paixão comporta uma vertente intelectualizada da fé, e explica-se com simplicidade e clareza a partir do coração. Afinal a cruz não é senão o caminho, ou o desígnio. A vida em si é toda ela uma cruz, em representação do esforço humano, e o sentido que lhe damos é um problema de vivência que pressupõe toda uma experiência de crença. Ele é o drama de toda a nossa existência, que nos surge de duas formas absolutamente antagónicas. A primeira quando se entrega, e depois como rei, quando rasgando as trevas transita para a luz, simbolizado pela ressurreição.