Num exercício de memória tentei recuperar outros Natais. O primeiro fora do país teve lugar em Londres nos anos 70, e ainda por cima a trabalhar, mas nessa altura a cidade era um verdadeiro fascínio, e uma porta que se abria para o mundo inteiro. O mais frio aconteceu em Illinois. Tão frio que fazia congelar os canos, sem se conseguir obter uma gota sequer de água corrente! No entanto, recordo-me da beleza dos dias a seguir a nevar, e sobretudo das árvores, que ao sol brilhavam como se fossem de cristal. No estado do Texas também apanhei neve em 76, e em 78 já noutra cidade, passei talvez o Natal mais quente de toda a minha vida!? Houve ainda um outro já na época de 90 na Ilha de Wight repleto de tradições britânicas. Mais recentemente, com os meus filhos crescidos, também celebrámos a maior festa do mundo na Georgia, sob amenas temperaturas. Mas, o que mais me traz à lembrança nesta época do ano, são os familiares mais chegados, que tendo já partido evocamos, e as vozes que ainda guardamos, além dos cheiros e receitas, que ano após ano tento reproduzir, inspirada nos incomparáveis sabores de infância.