Chegam à procura de um lugar seguro, de temperaturas amenas, e abundância alimentar, anunciando-nos a primavera. Acodem todos os anos, utilizando lama, pauzinhos, e palha para reconstruir o mesmo ninho revestido de penas, que mais tarde irá acolher a nova geração. Ao entardecer sobrevoam-me o jardim expandindo-se no espaço, em movimentos nítidos, transpondo qualquer via de expressão. Em breve partirão para África, deixando que de novo a nostalgia se instale no meu beiral.
Os passarinhos
Tão engraçados,
Fazem os ninhos
Com mil cuidados.
São p’ra os filhinhos
Que estão p’ra ter
Que os passarinhos
Os vão fazer.
Nos bicos trazem
Coisas pequenas,
E os ninhos fazem
De musgo e penas.
Depois, lá têm
Os seus meninos,
Tão pequeninos
Ao pé da mãe.
Nunca se faça
Mal a um ninho,
À linda graça
De um passarinho!
Que nos lembremos
Sempre também
Do pai que temos,
Da nossa mãe!
Afonso Lopes Vieira
Os passarinhos
Tão engraçados,
Fazem os ninhos
Com mil cuidados.
São p’ra os filhinhos
Que estão p’ra ter
Que os passarinhos
Os vão fazer.
Nos bicos trazem
Coisas pequenas,
E os ninhos fazem
De musgo e penas.
Depois, lá têm
Os seus meninos,
Tão pequeninos
Ao pé da mãe.
Nunca se faça
Mal a um ninho,
À linda graça
De um passarinho!
Que nos lembremos
Sempre também
Do pai que temos,
Da nossa mãe!
Afonso Lopes Vieira