Hoje não trago nada que dizer.
Sossega o teu rosto no meu peito
Repousa em mim a tua
tristeza
Ouve os segredos que
te não digo
E a canção de forte
esperança
Que germina e rompe
devagarinho
Por todos os caminhos
da vida.
Na pureza desta tarde,
Ao lusco fusco,
Abre comigo os olhos
para os belos horizontes
Cada poente mistifica sempre
Uma nova madrugada.
Repousa em mim a tua tristeza
Abre comigo os olhos para a vida.
Hoje a minha voz é de búzio
Fala baixo e em segredo
Numa canção que enche o mar, o mundo,
e
germina e rompe devagarinho
Por
sobre os escombros de luz
Deste poente que cai sobre o mar
Numa
angústia de eternidade.
TOMÁS JORGE - POETAS
ANGOLANOS (1959) IN ANTOLOGIAS DE POESIA DOS ESTUDANTES DO IMPÉRIO
1951-1963, Vol. I (ACEI, 1994)