Voam à descoberta, concentrando a atenção nos traçados rectos e sinuosos em todo o seu redor. Os limites são-lhes indefinidos, e as nuvens espessas oferecem-lhes refúgio e evasão onde tudo é grande. Sobem colinas, viajam por campos de terra ressequida donde já nada brota, e deslizam pelos rios acima no mais fugaz dos instantes. Por fim, empoleiram-se no topo onde a vertigem é maior. E, quedos e silenciosos, suspensos no tempo em estado de perfeito equilíbrio, vão dando conta da poesia para além de si.