Andar à
procura das chaves do carro, dos óculos escuros, ou da trela do Rico, e perder,
frequentemente, meia hora de um tempo precioso, pode tornar-se num verdadeiro martírio.
Poucas são as casas desenhadas para albergar uma quantidade infindável de papelada,
desde contas para pagar, publicidade, pequenas notas que não queremos esquecer,
a recortes de revistas e jornais, ou formulários de um seguro que acabamos por
não preencher. Parte das nossas vidas é passada à espera. Num consultório, ou
centro de saúde, numa fila nos correios, ou para adquirir um bilhete de cinema.Mas, feitas as contas, o importante é chegar ao final do dia e sentir que, na prática, alguma tarefa, seja ela qual for, foi realizada em concreto. Regar uma planta, coser
um botão, arrumar uma gaveta, de forma que ainda nos sobeje alguns instantes
para folhear um livro, apreciar uma boa chávena de chá, saborear um gelado numa noite quente de Verão, ou
simplesmente escrevinhar.