Quando nos preparávamos para uma nova limpidez, eis que os recorrentes registos nos lançam na obscuridade. Os indícios, as sombras que nos rodeiam, a contínua suspeita, a superioridade moral de alguns, e o multiplicar de alusões, introduzem a acção dos pequenos filmes dentro do grande psicodrama. Retomando pormenores, a cada passo aguardamos por desfechos, entre o que se esconde e o inexplicável, e as opiniões opostas e o excesso de imaginação, em incessante vaivém. Algo suspenso entre a confiança e a suspeição, que nada prova, reforça a escuridão em que nos obrigam a viver. E, a meio caminho, nas viagens de um lugar a outro, ao avaliar o explicitado e o insinuado, os perseguidos e os perseguidores, todos me sugerem mal-estar, e desencadeiam o que pressinto, e aquilo de que me querem convencer. Neste diálogo interior a preto e branco, e sem palavras, se calhar acabamos tal como começámos, sem saber a verdade, pura e simplesmente no vazio.