Entre o medo e a esperança, quando já
nada havia a perder, qualquer que fosse a mudança reaproximaria o cidadão da
política. E, a partir da sua área de protesto, toda a população que teria
atingido o limite, eis que se levanta quebrando quaisquer tradições de
rotatividade eleitoral. A partir daí nada seria como dantes. O medo que o medo
acabasse passava à história, assim como o problema contabilístico convertido em
moral. O mundo solidarizava-se e, expectante, aguardava que a coragem popular
fosse suficiente para trazer uma nova esperança.