As mágoas e fracassos do passado
contrastavam com a alegria do presente, ainda que, de vez em quando, vertesse
uma lágrima ou outra. Apesar de alguma nostalgia, em boa hora se teria
recomposto sem que um dia jamais se assemelhasse ao outro. A noção do tempo que
se perdeu e um certo sentimento de colapso iam-se tornando irrelevantes e os seus
sonhos não pareciam perder-se nunca. Com efeito, lado a lado com os tons
quentes do verão e o ritmo galopante dos dias, os dissabores acabariam
inevitavelmente por se diluir e permitir-lhe readaptar-se. O tempo não apagaria
memórias, mas transformava-lhe as fragilidades em mais-valias. O que viria a seguir
seria, indiscutivelmente, uma trajectória ascendente.