A noite é
uma página escrita onde há uma vírgula depois de cada
letra, um ponto depois de cada palavra, uma
exclamação no fim de cada
frase. Ao fim de cada período está o teu
corpo, aberto num parêntese
longo, que explica a súbita eclosão de auroras
nocturnas.
No fim de tudo estão os teus olhos, redondos
como duas afirmações,
loiros e despenteados.
Albano
Martins (1930)