Caminho sem saber dos meus passos. Para um lugar onde tudo
se faz alheio. Nem noite, nem dia, nem dúvida, só a ausência. Deito-me na base
da montanha sobre um solo hostil. Não sei o que aí deixo. Os olhos fogem-me
para o alto. Transporto a flor do tojo e coloco-a aos teus pés, que se
desenham. Ganho raízes, tenacidade, loucura. Para saber como as nossas veias se
estendem e se encontram.
Silvina Rodrigues Lopes in Sobretudo as Vozes, Edições Vendaval