Há muitos e muitos milhares de
anos, a poesia aproximou-se do homem e tão próximos ficaram, que ela se
instalou no seu coração. E começaram a ver o mundo conjuntamente estabelecendo
uma inseparável relação que perdurará para sempre. Não demorou muito a que a
poesia se emancipasse, autonomizando-se. Como uma rosa de cujas pétalas
centrípetas emana a beleza e o mais intenso perfume, sem nunca prescindir da
defesa vigilante dos seus espinhos, assim cresceu livre a poesia carregada de
silencioso mistério e sedução.
Manuel
Hermínio Monteiro (1952 – 2001) in introdução ao livro «Rosa do Mundo — 2001
Poemas para o Futuro»