Na véspera optou por
não reflectir e saiu de casa para ir dançar. O local não era nem de perto nem
de longe um dos seus preferidos mas para o caso servia para lhe aclarar as
ideias. Encontrava-se apinhado de alemães, de classe média baixa, duma geração
para além da sua. A música era ao vivo, por parte de um elemento masculino que
donde ela estava não dava para enxergar e três mulheres que trajavam mini
vestidos pretos e botas um pouco acima do joelho. Cantavam demasiado alto e em
alemão versões dos Abba e do Lionel Richie que todo o mundo parecia saber de
cor e ao contrário dela, apreciar. No bar não havia mãos a medir para saciar
tanta sede, motivada pela inclusão das bebidas com o entretenimento de cada uma
das noites da estadia de toda aquela gente. Parte da sua visão resumia-se à
exiguidade do espaço e à falta de reconhecimento em quem votar no dia seguinte.
Afinal a política é feita por todos os que a fazem mas sem quaisquer garantias.