Às 10 e meia,
dividia os dias com o resto da gente sem rumo ou identidade. O sol da Primavera
aquecia-lhe a nuca num universo de personagens caóticas que, apareciam e
desapareciam. Tudo estava lá. O sofrimento social, a dificuldade de
financiamento, a tragédia económica e a política suicida. A dado
passo afastavam-se horrorizados.
As vozes irrompiam.
Descontínuas e desordenadas, oscilando entre o grau de incerteza e a quebra de
solidariedade, sobrepondo-se aos pecados que lhes foram atribuídos e que era
compulsivo expiar. Mal sonhavam eles que as consequências futuras viriam a ser
ainda mais graves.