- «Ninguém sabe muito bem onde isto vai
dar», confidenciava-lhe ela ao ouvido, «sem medidas concretas que ponham cobro
a tamanho desencanto. Num gesto desesperado, vendem-nos sonhos, que, de
resto, nunca acabam por cumprir».
- «Não se pode voltar ao que já
se foi», murmurava-lhe ele. «Afinal, o que está em causa é a coragem para
enfrentarmos tantas mudanças. Contudo, por outro lado, a transparência é absolutamente ilusória».
- «E, não
seria legítimo esperar mais?» Insistia ela.
- «Claro, não vês que eles só
contam a parte da verdade que lhes interessa»?