É impossível ficar-lhes indiferente. Rodopiam à minha volta, à beira da estrada, pelos campos fora, e pelos vales, quando me entrego à beleza das suas flores. Visualmente sedutoras, a sua força expressiva rompe-me os silêncios, sugerindo-me uma linguagem coreográfica ao sabor da música do vento. Com imperturbável subtileza, desenham gestos que tendem prolongar-se até ao infinito, traduzindo-se em movimentos que as tornam quase humanas. E, tal como nós, respiram, recuperam posturas, e do seu canto ganham relevo em momentos de delicada partilha, quando me confiam segredos, e me devolvem sorrisos e abraços.