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todas as horas do dia, qualquer que fosse a estação do ano, obrigava-a a escolhas
entre possibilidades imensas. A importância da divulgação da cultura e da
informação isenta passava inevitavelmente por ela. Objecto eminente do seu dia
a dia, ouvindo, deixava-se, por vezes, emocionar, ao escutar melodias que de
avós a netos todos ouvimos. Em determinadas circunstâncias, sem qualquer
recurso a imagem, ilustrava o mundo unicamente através dos sons. Era esse o
peso e o fascínio da rádio que, obrigava a escolhas que através da linguagem e
da variedade de reportório lhe ampliavam o domínio da acústica e a capacidade de
construir a sua própria ficção.