Thursday, September 9, 2010

Por onde navego

Eis que do seu dorso despontaram garras!
No vértice onde se embalavam peixes
nasceram asas,
num anseio de pombas
mortas implumes...

Eis que o líquido e o denso se casaram
formando um monstro: rochedo e cavalo,
serpente e águia,
grilheta e asa!
E num barco de papel navego eu!

Madalena Férin (1929-2010) in Poemas - 1957