Saturday, May 29, 2010

Ligados à memória

Combinam história e ficção, e baseados em escritos, tentam recuperar os acontecimentos de épocas mais remotas. Ao serviço da coroa, reconstituem-se mitos e histórias, reinterpretando factos. A precisão da linguagem e das vestes, e a descrição detalhada dos lugares, constituem o pano de fundo ao enredo, que recria ambientes e costumes carregados de magia e mistério. A realeza, a sumptuosidade das cortes, a temporalidade e os conflitos, tornam-se elementos auxiliares de uma escrita repleta de sabedoria ancestral que, não só sustenta causas, como se assume como um verídico retrato do passado que explica muito do nosso presente.

Monday, May 24, 2010

Porte e Vigor

Num momento de pausa, emergindo do verde das folhas, muitas vezes, são as buganvílias que me atraem o olhar. Fixas, mas móveis, crescem de forma desordenada, animando-me o jardim num processo de ramificação. Trepam pelos pilares acima, tolerando, por vezes, as condições mais adversas, chegando até a cobrir-me parte do telhado. Desafiando limites, gerando formas aleatórias, transfigurando-se numa profusão de cor escarlate absolutamente espectacular. Quando o sol nos visita, o impacto é grandioso, neste espaço por excelência onde me permito sonhar.

Saturday, May 22, 2010

No palco

Com recurso ao exagero dos gestos, e às expressões inventivas, Sandro William Junqueira desenvolve uma encenação sobre o tema do amor em articulação com o grupo A Gaveta. A peça organiza-se em torno de três cupidos explorando a musicalidade da poesia de Adília Lopes, Eugénio de Andrade, Herberto Helder, e Alexandre O’Neil entre outros.

O amor é o amor - e depois?!
Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?..

O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!

Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor,
e trocamos - somos um? somos dois? -
espírito e calor!
O amor é o amor - e depois?!

Alexandre O´Neill

Friday, May 21, 2010

Ao vivo

Chegaram-nos de Lisboa sem sotaque. E, marcando o ritmo com a sonoridade e a géstica personalizada, as executantes do Bica Teatro desde logo nos conquistaram. O mundo de Lídia Jorge, mais precisamente «Combateremos a sombra», foi o veículo cultural para um serão cénico de grande originalidade e criação imaginativa. Parabéns à Paula Miguel, pelo empenho e capacidade de nos surpreender.

Saturday, May 15, 2010

O novo ser

Numa fase de transição, em que a Era de Peixes cederá lugar à Era de Aquário (prevista de grandes mudanças), fui ouvir uma palestra promovida pelo Lectorium Rosicrucianum introdutória à sua filosofia. Assim, a memória vaga de um estado inicial que, entretanto, se terá perdido, poderá despertar-nos para uma outra visão de nós mesmos e do mundo, através de um processo espiritual que percorre várias etapas, permitindo-nos reencontrar o destino original.

Thursday, May 13, 2010

Romagem

Atormentados pelas condições desfavoráveis e pelas dúvidas, caminharam até onde os passos os levaram. A confiança acompanhou-os, e Fátima tornou-se hoje pequena, porque do efémero ao eterno tudo lá foi parar. Unidos pela oração, e cumprimento de promessas, o povo peregrino procurou no altar do mundo por uma palavra de esperança na exigência dos dias, num mundo que lhes é contrário. Indefesos, esperaram que os socorressem e por uma garantia de protecção, entre os raios de sol e a chuva fria e agreste. Desde a hora mais silenciosa da noite à alvorada da manhã, a experiência tornou-se inexprimível em toda a sua plenitude e esplendor. Em ligação com o cosmos, na ascensão de cada ser para as alturas, para além do entendimento, em momentos abençoados pela partilha da renovação da fé.

Wednesday, May 5, 2010

Metamorfoses

Para mim o M é de mar, de multiplicados murmúrios, de música e movimentos harmoniosos que lhe dão uma maior riqueza sensual. Com M se escreve Mariana, morangos e malmequeres, e mimos, de preferência muitos mimos. Pertence ao mês de Maio, e ao planeta Marte. M de mundo, de mitos e magia, de míticos sonhos, mas de momentos mais críticos, e do medo de nos entregarmos ao futuro. M de mecanismos de sobrevivência, de verdadeiros milagres, e de todas as memórias que a mente suscita. Contudo, para a minha sobrinha de 13 anos, a noção do M é diferente, e pela sua mão obtém outro protagonismo, tendo sido premiada pela sua original versão!

EU SOU A LETRA M
MEIO MOLE
MEIO MEL
MEIO ZIG
MEIO ZAG
MEIO DIREITO
MEIO TORTO
NEM MEIO ASSIM
NEM MEIO ASSADO
NEM MEIO MORTO
POR ISSO FICA DE LADO

Madalena Salema

Sunday, May 2, 2010

Dedicatória

Pequeno Poema

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram veias,
nem o sol escureceu,
nem houve estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha mãe...

Sebastião da Gama

Saturday, May 1, 2010

Mozzarela e Manjericão


Dividido em dois andares, o espaço é amplo. Foi do piso superior com vista panorâmica para a marina, e iluminação ténue que, foi servido o buffet, consistindo de uma variada mesa de pratos de tagliatelle com funghi, e frutos do mar, fettuccine de espinafres, spaghetti à bolonhesa, carbonara, pizza, e saladas combinadas com diversos molhos. À sobremesa apreciou-se a poesia, numa linguagem de aproximação, porque afinal ela também nos alimenta, gerando os melhores aromas!