Retomo o caminho percorrendo trilhos em contínua descoberta. Os muros de pedra guardam o registo dum tempo que já não existe, e a memória do que terá acontecido um dia. Pequenas bagas de graciosa beleza ganham cor e forma em arbustos, ou entrelaçadas nas árvores, e no meio da vegetação nascem cogumelos, uma infinidade de pequenas flores, e trevos que se agitam com o cair da chuva miudinha. Nestes momentos de envolvimento com a paisagem que, nunca mais acaba, há sempre algo inovador e profundamente refrescante.
Saturday, December 11, 2010
Friday, December 10, 2010
O resto dos dias
É claro que as cores fazem parte do meu universo de referências. Nesta altura do ano, principalmente, tornam-se bastante emotivas. Expostos ao sol directo, os pequenos arbustos são uma exuberância no meio da vegetação, crescendo selvagens em redor de ervas verdejantes sobre um solo demasiado pedregoso. Há, em tudo isto, uma atracção por este território mítico que, transforma estes passeios de final da tarde num verdadeiro sonho!
Wednesday, December 8, 2010
Para ti
Caminhei sempre para ti sobre o mar encrespado
na constelação onde os tremoceiros estendem
rondas de aço e charcos
no seu extremo azulado
Ferrugens cintilam no mundo,
atravessei a corrente
unicamente às escuras
construí minha casa na duração
de obscuras línguas de fogo, de lianas, de líquenes
A aurora para a qual todos se voltam
leva meu barco da porta entreaberta
o amor é uma noite a que se chega só
José Tolentino Mendonça - A noite abre meus olhos - Assírio & Alvim
na constelação onde os tremoceiros estendem
rondas de aço e charcos
no seu extremo azulado
Ferrugens cintilam no mundo,
atravessei a corrente
unicamente às escuras
construí minha casa na duração
de obscuras línguas de fogo, de lianas, de líquenes
A aurora para a qual todos se voltam
leva meu barco da porta entreaberta
o amor é uma noite a que se chega só
José Tolentino Mendonça - A noite abre meus olhos - Assírio & Alvim
Tuesday, December 7, 2010
Na face da Terra
Com um pouco de esforço a caminhada já vai em mais de uma hora. Sacudidas durante a intempérie da madrugada, as árvores esparsamente distribuídas ao longo dos campos são baixas, e uma a uma, foram perdendo as folhas. Com troncos sinuosos e casca espessa apresentam os galhos todos distorcidos. Em solos drenáveis e pouco férteis, abracei-as, e senti-lhes a frescura.
Monday, December 6, 2010
Ventos fortes
Durante a ventania os seus topos mostram-se instáveis e vulneráveis. Mas, sólidas e enraizadas as árvores não cedem à tempestade. Enquanto no ar voam pássaros embrenhados em movimentos de espectacularidade dando um sentido mais profundo a cada gesto, muito há para observar neste infindável desdobrar de espaços. E, ainda há quem lamente um dia cinzento.
Saturday, December 4, 2010
Contacto com a natureza
O Outono desafia-nos a passeios verdadeiramente imperdíveis. Muros de pedra prolongam-se ao longo de caminhos alagados pela chuva que, não nos tem impedido de explorar as redondezas, longe da densidade urbana. A terra húmida, os arbustos isolados, e o aroma a tomilho selvagem difundido no ar, fazem parte do espaço encantado alargado que, visitamos a cada final da tarde. No desenrolar dos passos, uma infinidade de perspectivas sobrepõe-se ao olhar, com um enorme desejo de o continuar a desvendar nos dias que se seguem.
Tuesday, November 30, 2010
A lua toda
Monday, November 29, 2010
Proximidade real
Saturday, November 27, 2010
Um olhar
a profundidade dos campos
os enigmas singulares
a claridade que juramos
conservar
mas levamos anos
a esquecer alguém
que apenas nos olhou
José Tolentino de Mendonça
Thursday, November 25, 2010
Ao sabor da noite
Enquanto o momento não chega, criamos um primeiro esboço nos vastos horizontes do pensamento. Tudo se concentra na paisagem de colinas pouco elevadas, onde a linguagem é secreta, e de grande beleza natural. Clara e visível, a lua parece querer vibrar com a luz do sol. A aceleração do tempo valoriza a sua plenitude e esplendor, na hora mais silenciosa da noite. Guardo a distância para ininterruptamente a olhar, atenta aos sinais do universo com todo o vagar que ele merece.
Tuesday, November 23, 2010
Luta por um sonho
Este é já o seu terceiro livro romanceado de carácter jornalístico. Longe do meu coração, é uma história verdadeira, baseada em relatos de milhares de portugueses que, nos anos 60, emigraram para França nas piores condições com o objectivo de melhorar as suas vidas. Júlio Magalhães apresentou-o em Paris há cerca de três semanas, e depois do Porto, de onde é natural, agraciou-nos com a sua agradável presença, esta noite, no salão nobre da Câmara Municipal de Albufeira.
Sunday, November 21, 2010
Thursday, November 18, 2010
Uma nova atitude

Tuesday, November 16, 2010
Debruçada sobre o rio
Separa Portugal de Espanha, entre meandros e zonas protegidas de grande beleza. Sucessivamente ocupado por povos navegadores, às suas margens acorreram desde fenícios, a gregos, cartagineses, romanos e árabes, que o utilizaram como acesso à península ibérica encorajados pelo comércio fluvial. Actualmente, percorrem este curso de água embarcações de recreio que, desfrutando da paisagem perfeita do Guadiana lhe reafirmam a serenidade da contemplação.
Monday, November 15, 2010
Tonalidades
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