Foi em ambiente descontraído e de convívio que se protagonizou mais um aniversário de Fátima Ribeiro, que voltou a abrir as portas de sua casa a alguns familiares, e às amigas de sempre. Um encontro de elegância e boa disposição que, teve início num coquetel seguido de um lanche, onde não faltou o bolo com velas numa tarde de emoções.
Sunday, May 15, 2011
Friday, May 13, 2011
Saudade
Poesia, saudade da prosa;
escrevia «tu», escrevia «rosa»;
mas nada me pertencia,
nem o mundo lá fora
nem a memória,
o que ignorava ou o que sabia.
E se regressava
pelo mesmo caminho
não encontrava
escrevia «tu», escrevia «rosa»;
mas nada me pertencia,
nem o mundo lá fora
nem a memória,
o que ignorava ou o que sabia.
E se regressava
pelo mesmo caminho
não encontrava
senão palavras
e lugares vazios:
símbolos, metáforas,
e lugares vazios:
símbolos, metáforas,
o rio não era o rio
nem corria e a própria morte
era um problema de estilo.
nem corria e a própria morte
era um problema de estilo.
Onde é que eu já lera
o que sentia, até a
minha alheia melancolia?
Manuel António Pina - Saudade da Prosa
o que sentia, até a
minha alheia melancolia?
Manuel António Pina - Saudade da Prosa
Tuesday, May 10, 2011
Ponto de partida
É à sombra de tarde que, parto para nova viagem. Ao sabor do acaso, mantenho-me atenta aos confins da terra, sob o céu quente e límpido de Maio. Periclitante, sigo o extenso percurso, repleto de cores contrastantes de um encanto único, saindo mais feliz desta experiência onde o sonho fica cada vez mais próximo
Monday, May 9, 2011
Cantar a Primavera
Sunday, May 1, 2011
O milagre da vida
Saturday, April 30, 2011
Ainda os malmequeres
Ó meu amor, repara
nesta beleza rara
dum mundo todo em flor!
Cheira a papoilas, cheira a malmequeres...
Se até dão flores os ventres das mulheres!
Se até aos velhos troncos sem vigor,
Pela última vez,
Abril arranca em flor!
Se até de sonhos vãos, sonhos dispersos,
A Primavera fez
Os ramos destes versos.
Fernanda de Castro
Daquém e Dalém Alma (1935)
nesta beleza rara
dum mundo todo em flor!
Cheira a papoilas, cheira a malmequeres...
Se até dão flores os ventres das mulheres!
Se até aos velhos troncos sem vigor,
Pela última vez,
Abril arranca em flor!
Se até de sonhos vãos, sonhos dispersos,
A Primavera fez
Os ramos destes versos.
Fernanda de Castro
Daquém e Dalém Alma (1935)
Friday, April 29, 2011
Coreografia de poses
Erguem-se ligeiramente, em círculo ou em linha recta, ocupando o centro, afastando-se e retomando a forma e o lugar. Traços incompletos em superfícies aéreas, sustentando poses indefinidas em movimentos graciosos e lentos. Pendurados, sobrepostos, dotados de uma energia própria, desenham sombras em simetria, cumprindo distâncias que exigem um equilíbrio maior. Completa a volta em perfeição, eis que escorregam, giram, se elevam para além da vista, alongando e subindo, em direcção aos céus. E, em delírio, plantas e folhagens, dançam juntos, a compasso da brisa primaveril, indiferentes à minha passagem.
Monday, April 25, 2011
O sinal
Sunday, April 24, 2011
Wednesday, April 20, 2011
Desabrigada
Sunday, April 17, 2011
O caos
Saturday, April 16, 2011
Do outro lado
Porque o presente não nos satisfaz, e o sol parece não brilhar com tanta intensidade, paira no ar aquela sensação de que alguma coisa nos falta por mais indefinida que seja. Teimosamente, à espera de melhores dias, muitas vezes, alimentamos a utopia e o desejo vão que, do lado de lá, fora dos nossos limites, a paisagem será mais fértil levando-nos a crer que imaginamos o que na realidade não existe
Monday, April 11, 2011
Meta inatingível
Cada instante de mudança precipita o dia na noite. Tento aproximar-me, vencendo a distância, impelida a sair de mim própria. Mas, independentemente do avanço que faço na direcção do pôr-do-sol, apenas me acerco sem nunca o atingir. Fora do meu alcance, como se não houvesse limite algum, o fim estará sempre ligado ao infinito, e se lá chegasse, o mais certo seria descobrir outro pôr-do-sol.
Friday, April 8, 2011
O poder do silêncio
Num tempo cada vez mais agitado, onde o estado actual das coisas tem mais a ver com o ego, do que com outra realidade qualquer, aprender a governar-nos com o objectivo de combater situações menos boas, foi o que fomos conhecer, neste final de tarde, na Biblioteca Lídia Jorge. Afinal, num momento como o que vivemos, só o silêncio nos pode reconfortar conduzindo-nos em direcção à paz, ao amor e à felicidade do dia a dia. E, ao concentrarmo-nos em pensamentos úteis, e energias positivas, progressivamente, tomamos consciência dos verdadeiros valores da nossa própria essência. Quando regressamos à origem, voltamos ao ponto de partida, em contínua descoberta do que vai dentro do coração de cada um.
Thursday, April 7, 2011
Flores abertas
Wednesday, April 6, 2011
Telhados de Abril
Na hora do balanço do que fomos e fizemos, ninguém, verdadeiramente, consegue sair deste círculo. A crise abala o mundo, e abala-nos particularmente a nós. Destituídos de iniciativa, caídos em descrédito e desmoralizados, tentamos escapar-lhe em vão, prisioneiros duma situação que, afecta o fluir dos dias e cada aspecto das nossas vidas. Ainda que insustentável do ponto de vista económico, nada está perdido, e que ninguém deixe nunca de sonhar.
Monday, April 4, 2011
Abrir caminho
A cada passo balanceio entre malmequeres de reflexos luminosos que, me acompanham nas deambulações da mente. Murmuram-me palavras que, mal oiço, e velozmente desfalecem numa linguagem que, ultrapassa a própria finitude humana. A reconstituição de um percurso a branco e amarelo dourado ganha novos sentidos, desenhando contornos que transpõem a imaginação. Bem me quer, mal me quer, intensamente sensorial.
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