
Friday, April 6, 2012
Thursday, April 5, 2012
Alucinação
Wednesday, April 4, 2012
Beleza de morrer
Tuesday, April 3, 2012
À beira-mar
Por uns dias, percorro outras paragens, e adiciono-lhes latitudes onde o mar é a principal atracção. Dividida por diversas imagens, torno-me espectadora da coreografia das ondas que, demasiado longe se desfazem contra as rochas, na região litoral de Cascais.
Sunday, April 1, 2012
Friday, March 30, 2012
Leitura da cidade
e num exercício do olhar
procuro imagens no horizonte
que se perfila pelo espaço público
em meu redor.
Observo o fluxo dos que circulam
de forma livre e espontânea
que se relacionam e articulam
e se aproximam para falar da vida
compondo movimentos
na pluralidade de gestos
que dinamizam a cidade
até ao entardecer.
Observo o fluxo dos que circulam
de forma livre e espontânea
que se relacionam e articulam
e se aproximam para falar da vida
compondo movimentos
na pluralidade de gestos
que dinamizam a cidade
até ao entardecer.
Monday, March 26, 2012
Sunday, March 25, 2012
O peso triste

que nem lágrimas há que nos suportem o
peso da voz à solidão exposta
ou
de lisboa no corpo o peso triste
Às vezes é tão cedo que nos vemos
omitidos
enquanto expõe
o peso insuportável do amor
a despedida
É tão cedo por vezes que lisboa
estende sobre os corpos o desgosto
Com os dedos no crânio despedimo-nos
Gastão Cruz - Orgão de Luzes, Imprensa Nacional Casa da Moeda, Lisboa, 1990
Thursday, March 22, 2012
Mundo morto

Cada vez que oiço um comboio à noite sinto que a vida não acaba. Passam por trás das casas, no fim do bairro, uma fitinha de janelas iluminadas, rápidas, que estremecem as árvores, estremecem as molduras na parede, me estremecem a mim, e a seguir as árvores, as molduras e eu a recompor-nos, e a seguir nada. Uma espécie de vento, talvez, antes de tudo quieto de novo. Na fitinha de janelas iluminadas nunca há pessoas: os comboios, à noite, não transportam ninguém, dirigem-se não sei para onde, não chegam nunca a parte alguma: viajam interminavelmente, sem destino, indiferentes aos apeadeiros vazios, com uma balança, um relógio e uma máquina automática de cigarros, por vezes cães enrolados entre os bancos desertos, por vezes um pedaço de jornal às cambalhotas nas plataformas onde nenhum passageiro espera: os comboios, à noite, viajam insones num mundo morto, com as insígnias dos pronto-a-vestir apagados e os olhos dos manequins ocos nas vitrinas, os dedos delicados, de pasta, imóveis numa linguagem de surdos-mudos que o escuro não entende: um pedido de socorro, um cumprimento, um aviso? (...)
António Lobo Antunes in “Meu menino, ino, ino” - Visão, 18 de Agosto de 2005
Tuesday, March 20, 2012
Primavera entre luas

pelas vozes.
E enquanto dorme o leite, a minha casa
pousa no silêncio e arde pouco a pouco.
No círculo de pétalas veementes cai a cabeça -
e as palavras nascem.
- Límpidas, amargas.
Eis um tempo que começa: este é o tempo.
E se alguém morre num lugar de searas imperfeitas,
é o pensamento que verga de flores actuais e frias.
A confusão espalha sobre a carne o recôndito peso do ouro.
E estrelas algures aniquilam-se para um campo sublevado
de seivas, para a noite que estremece
fundamente.
Melancolia com sua forma severa e arguta,
com maçãs dobradas à sombra do rubor.
Aqui está a primavera entre luas excepcionais e pedras soando
com a primeira música de água.
Apagaram-se as luzes. E eu sorrio, leve e destruído,
com esta coroa recente de ideias, esta mão
que na treva procura o vinho dos mortos, a mesa
onde o coração se consome devagar.
Algumas noites amei enquanto rodavam ribeiras
antigas, degrau a degrau subi o corpo daquela que se enchera
de minúsculas folhas eternas como uma árvore.
Degrau a degrau devorei a alegria -
eu, de garganta aberta como quem vai morrer entre águas
desvairadas, entre jarros transbordando
húmidos astros.
Algumas vezes amei lentamente porque havia de morrer
com os olhos queimados pelo poder da lua.
Por isso é de noite, é primavera de noite, e ao longe
procuro no meu silêncio uma outra forma
dos séculos. Esta é a alegria coberta de pólen, é
a casa ligeira colocada num espaço
de profundo fogo.
E apagaram-se as luzes.
- Onde aguardas por mim, espécie de ar transparente
para levantar as mãos? onde te pões sobre a minha palavra,
espécie de boca recolhida no começo?
E é tão certo o dia que se elabora.
Então eu beijo, degrau a degrau, a escadaria daquele corpo.
E não chames mais por mim,
pensamento agachado nas ogivas da noite.
É primavera. Arde além rodeada pelo sal,
por inúmeras laranjas.
Hoje descubro as grandes razões da loucura,
os dias que nunca se cortarão como hastes sazonadas.
Há lugares onde esperar a primavera
como tendo na alma o corpo todo nu.
Apagaram-se as luzes: é o tempo sôfrego
que principia. - É preciso cantar como se alguém
soubesse como cantar.
Herberto Helder in poesia toda (assírio & alvim - 1996)
Saturday, March 17, 2012
Wednesday, March 14, 2012
Antes

Antes de um lugar há o seu nome. E ainda
a viagem até ele, que é um outro lugar
mais descontínuo e inominável
a viagem até ele, que é um outro lugar
mais descontínuo e inominável
Lembro-me
do quadriculado verde das colinas,
do sol entretido pelos telhados ao longe,
dos rebanhos empurrados nos carreiros,
de um cão pequeno que se atreveu à estrada.
Íamos ou vínhamos?
Maria do Rosário Pedreira
Saturday, March 10, 2012
A desconstrução do poder
Thursday, March 8, 2012
Festa de anos
Wednesday, March 7, 2012
Uma vida
Tuesday, March 6, 2012
Quando a poesia se contagia
Esta manhã, voltei á escola, e com 2 turmas do 8º e 9º, mergulhei num estado de encantamento ao ouvir a justeza das palavras ao som da guitarra de Afonso Dias. Poemas e fragmentos declamados, rodeados de canções essenciais à vida, e que nos dão a capacidade de sonhar.
Sunday, March 4, 2012
Friday, March 2, 2012
Thursday, March 1, 2012
O regresso
Wednesday, February 29, 2012
Em trânsito
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