Não o espero. Não chegarei jamais, nem estarei aqui, ele não falará. Desejaria dizer o seu infortúnio inominável, o seu silêncio impossível. Desejaria acolhê-lo na sua nudez, no seu silêncio. Espera-me decerto, na sua pobreza incomensurável, pobre deus mudo, sem abrigo, de uma infinita miséria. O que escrevo, o que escreverei será a oferenda para o encontro dele. Mas não haverá encontro se ele não respirar na inesperada transparência de uma linguagem branca. Nada poderei oferecer se as palavras não constituírem essa íntima aliança que é o mistério mesmo da linguagem.
Estou só e continuarei a estar só, na árida e ávida deambulação destas palavras sem caminho. Lancinante, a suspensão interminável. Aqui agora é nunca. Julguei que poderia estabelecer uma relação serena e confiante mas não ouvi ainda nenhum apelo. Estou dentro de um círculo calcinado.
Estou só e continuarei a estar só, na árida e ávida deambulação destas palavras sem caminho. Lancinante, a suspensão interminável. Aqui agora é nunca. Julguei que poderia estabelecer uma relação serena e confiante mas não ouvi ainda nenhum apelo. Estou dentro de um círculo calcinado.
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