A encenação da mulher das castanhas tem o seu interesse. Trabalha como num palco, agita o tacho; às vezes sacode-o para que as castanhas saltem, retira algumas com as mãos, queimando os dedos, chamuscando-os. Se alguém o solicita, vende as castanhas: as mãos tornam-se hábeis, esvoaçam para arrancar algumas folhas da lista telefónica, agitam-se para transformá-las num cone e nele embrulha as castanhas, meia-dúzia, uma dúzia, vinte. Quentinhas! Importa que, uma vez ou outra grite
- Quentinhas!
Com a sua voz quente de trovão, que o repita ainda, que sorria e pareça que fala sozinha.
- Quentinhas!
Com a sua voz quente de trovão, que o repita ainda, que sorria e pareça que fala sozinha.
Manuel Jorge Marmelo
1 comment:
Quentinhas...e caras!
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