No arranque de mais um ano, e sempre em renovação, eis que nos surge pertinente e criativa, com mais uma das suas tertúlias. Esta tarde, o grande homenageado foi António Aleixo (1899-1949) – poeta popular, que onde quer que calhasse, não perdia a oportunidade de improvisar as suas rimas, que a várias vozes, ali mesmo ganharam expressão artística. De realçar a presença do seu neto Victor, que, socorrendo-se de uma mão cheia de quadras avulsas, apaixonadamente nos agraciou com a sua presença. Nesta, que terá sido a sua derradeira tertúlia, a Zizi, através de mais uma acção concreta, na actual conjuntura, terá esgotado a paciência, mas nunca a pulsação dos poemas. Que o seu efeito criativo possa ser levado à avante, noutra hora, rasgando outro espaço qualquer, afim de que possa continuar a transmitir-nos com a sua onda de cor, toda a sua versatilidade, e constante prazer pela vida.
Os teus olhos, mulher linda,
Os teus olhos, mulher linda,
P’ra quem neles soube ler,
Dizem mais coisas ainda
Do que tu sabes dizer.
António Aleixo
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