Entalada entre o passado e o futuro, eis que se dirige a toda a sociedade. Incontornável, espreita-nos à superfície, abaixo da linha de água, do lado mais sombrio, ou à beira do limite. Reduz-nos o poder de compra, oprime-nos e destrói-nos. Desencantados, sentimo-la na pele, encarando-a com a maior apreensão e angústia. Ela representa o vazio, onde introduzimos as causas de cada um dos nossos males, como uma espécie de ameaça colectiva. Por vezes, rouba-nos o sorriso, e afasta-nos da esperança, que se torna mais longínqua. E de nada tem valido as movimentações políticas, os pacotes anti-crise, e o resto das medidas decisivas, tendo em conta a falência do sistema. Os estímulos parecem insuficientes para suster os danos, quando tudo se modifica e relativiza. Porém, o desgaste e a frustração levam-me a repensar as regras do jogo, deste terrível beco sem saída. Em vez de continuarmos a andar para trás, talvez que o retomar de novas directrizes nos tirasse desta trajectória descendente, ao mudarmos de postura privilegiando os laços, a autenticidade, e tantas outras boas práticas de outrora.
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