A facilidade com que os papéis se trocam, quando as circunstâncias externas mudam, é não só expectável, como faz parte da encenação do dia a dia de todos nós. Não fora os sinais inquietantes, e o tempo curto, a lógica discursiva manter-se-ia a mesma. Assim, sem mais demoras, a duplicidade parece melhor ajustar-se à realidade, embora estruturalmente não haja qualquer mudança. Um e outro imiscuindo-se reflectem as mesmas posições, compartilhando uma admiração mútua, que, ao alterar o tom, apenas pode trazer um pouco mais de consistência a uma nova postura. Entre o passado e o presente é claramente visível não existir qualquer diferença de natureza, porque ambos são faces da mesma moeda. O que é radicalmente diferente, ou pode parecer convincente, apenas serve para retirar argumentos de confronto, numa tentativa de reconquista, através de um derradeiro sopro.
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