O sul e os sonhos
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Não chegou a conhecer o pai, que morreu antes de nascer. Da mãe herdou a alegria, e dos bisavós a horta em Cacela. Quando lá vai, é como se regressasse à infância, com as amoras tingindo-lhe as mãos como se fosse sangue, e olhando o tecto de canas, por onde as osgas continuam a esconder-se entre as frinchas. Mas, é o sentimento de orfandade que no fundo a leva a manifestar-se, como se de algo mais necessitasse, tal a ansiedade de criar. Para Teresa Rita Lopes a poesia é um ofício, e «O sul dos meus sonhos» a melhor expressão de ter vivido os dias intensamente.
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