Saturday, April 28, 2012
Friday, April 27, 2012
Novo ponto de partida
O mundo está prestes a rebentar.
Não olhes.
O mundo está prestes a despejar a sua luz
E a lançar-nos no abismo das suas trevas,
Aquele lugar negro, gordo e sem ar
Onde nós iremos matar ou morrer ou dançar ou chorar
Ou gritar ou gemer ou chiar que nem ratos
A ver se conseguimos de novo um posto de partida.
Harold Pinter in Várias Vozes
Wednesday, April 25, 2012
O legado
Revisitar o passado é um exercício, por vezes, tão falível e pouco credível como imaginar o futuro. Todavia, conta-se que um tal marquês de Fuscaldo se tinha tornado no homem mais erudito do seu tempo. Um dia, o marquês, ao folhear um livro, de uma enorme biblioteca que tinha recebido, como única herança, e que desdenhava completamente, encontrou entre duas páginas uma nota de mil liras. Questionando-se se o mesmo se passaria com os outros livros, passa o resto da sua vida a folhear sistematicamente todos os livros recebidos em herança. E foi assim que se tornou num poço de ciência.
Postagem de Pó dos Livros em 29.3.2012
Sunday, April 22, 2012
Paisagem
Esse calor primeiro que enternece
O ar azul e a terra já florindo...
A aurora que nos altos aparece,
Os sapos, no crepúsculo, carpindo,
Aquele muro onde enverdece,
A hera que o sustenta e vai cobrindo,
Tudo de ti me fala. E a tua imagem
Vaga através de mim, que sou paisagem.
Teixeira de Pascoaes (1877 - 1952)
O ar azul e a terra já florindo...
A aurora que nos altos aparece,
Os sapos, no crepúsculo, carpindo,
Aquele muro onde enverdece,
A hera que o sustenta e vai cobrindo,
Tudo de ti me fala. E a tua imagem
Vaga através de mim, que sou paisagem.
Teixeira de Pascoaes (1877 - 1952)
Saturday, April 21, 2012
À procura de ti
É Março ou Abril?
É um dia de sol
perto do mar,
é um dia
em que todo o meu sangue
é orvalho e carícia.
De que cor te vestiste?
De madrugada ou limão?
Que nuvens olhas, ou colinas
altas,
enquanto afastas o rosto
das palavras que escrevo
de pé, exigindo
o teu amor?
É um dia de Maio?
É um dia em que tropeço
no ar
à procura do azul dos teus olhos,
em que a tua voz
dentro de mim pergunta,
insiste:
Se te fué la melancolia,
amigo mío del alma?
É Junho? É Setembro?
É um dia
em que estou carregado de ti
ou de frutos,
e tropeço na luz, como um cego,
a procurar-te.
Eugénio de Andrade
É um dia de sol
perto do mar,
é um dia
em que todo o meu sangue
é orvalho e carícia.
De que cor te vestiste?
De madrugada ou limão?
Que nuvens olhas, ou colinas
altas,
enquanto afastas o rosto
das palavras que escrevo
de pé, exigindo
o teu amor?
É um dia de Maio?
É um dia em que tropeço
no ar
à procura do azul dos teus olhos,
em que a tua voz
dentro de mim pergunta,
insiste:
Se te fué la melancolia,
amigo mío del alma?
É Junho? É Setembro?
É um dia
em que estou carregado de ti
ou de frutos,
e tropeço na luz, como um cego,
a procurar-te.
Eugénio de Andrade
Friday, April 20, 2012
Wednesday, April 18, 2012
Viver o desânimo
A globalização e o aumento da esperança de vida conduziram-nos ao final dum tempo. E, olhar o mundo de uma outra perspectiva tornou-se o desafio. O empobrecimento da classe média, a descapitalização da segurança social, a retirada de direitos laborais, e a incapacidade da redução da despesa pública, transformaram-se na verdadeira mágoa do nosso presente. Refazer paradigmas estimulando a criatividade, na melhor das hipóteses, poderia ajudar à reconstrução do bem-comum.
Tuesday, April 17, 2012
Só a noite nos vê
Saturday, April 14, 2012
Pensamento positivo
Como os pensamentos são as sementes de todas as acções, plante somente aquilo que é bom. Ao plantar sementes positivas o fruto será o melhor.
Brahma Kumaris - Academia para um mundo melhor
Brahma Kumaris - Academia para um mundo melhor
Friday, April 13, 2012
Sexta-feira 13
Thursday, April 12, 2012
Os poetas
Wednesday, April 11, 2012
Tuesday, April 10, 2012
À espera
Não grito de desespero porque nem de desespero sou capaz.
A vida antiga tinha raízes, talvez a vida futura as venha a ter.
A nossa época é horrível porque já não cremos - e não cremos ainda.
O passado desapareceu, do futuro nem alicerces existem.
E aqui estamos nós, sem tecto, entre ruínas, à espera…
Raul Brandão in Memórias - I - prefácio
A vida antiga tinha raízes, talvez a vida futura as venha a ter.
A nossa época é horrível porque já não cremos - e não cremos ainda.
O passado desapareceu, do futuro nem alicerces existem.
E aqui estamos nós, sem tecto, entre ruínas, à espera…
Raul Brandão in Memórias - I - prefácio
Sunday, April 8, 2012
Friday, April 6, 2012
Thursday, April 5, 2012
Alucinação
Wednesday, April 4, 2012
Beleza de morrer
Tuesday, April 3, 2012
À beira-mar
Por uns dias, percorro outras paragens, e adiciono-lhes latitudes onde o mar é a principal atracção. Dividida por diversas imagens, torno-me espectadora da coreografia das ondas que, demasiado longe se desfazem contra as rochas, na região litoral de Cascais.
Sunday, April 1, 2012
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