As dificuldades de todos os
dias levam-nos a tentar fazer mais com menos. E, nada melhor que uma ida à
praia que, nos proporciona uma relação profunda com o mar e a natureza.
Ofuscados pelo brilho do sol e o fascínio por tudo o que nos rodeia, tentamos
perpetuar cada momento como se de repente uma esperança qualquer surgisse no horizonte.
Tuesday, July 31, 2012
Monday, July 30, 2012
Em trânsito
Nos dias que correm, anda-se
depressa. Por vezes, os passos atraiçoam-nos, distanciando-nos da realidade. Dirigidos
por uma velocidade louca, em absoluta prioridade pelo universo fora, será que a
rapidez nos leva a caminhar para um progresso maior, ou uma melhor sociedade?
Sunday, July 29, 2012
Ainda longe
Estamos ainda longe. Quase nada se pode
encontrar. Talvez
nos tenham prometido qualquer coisa, mas não o sabemos. À volta
ficam algumas casas abandonadas, estes arbustos, um pouco de areia
espalhada para que os nossos passos tenham apenas um destino
que se desconhece. Vinha o silêncio ao nosso encontro e o que existe
principia a ganhar uma fragilidade que se torna maior. Tudo
há-de ser tão leve agora para nós como um reflexo que chega
dessa ausência. Caminharemos um pouco mais. De novo
procuramos uma recordação, a passagem do vento, o seu olhar.
Fernando Guimarães in As raízes diferentes - Relógio d'Água - Lisboa, 2011
nos tenham prometido qualquer coisa, mas não o sabemos. À volta
ficam algumas casas abandonadas, estes arbustos, um pouco de areia
espalhada para que os nossos passos tenham apenas um destino
que se desconhece. Vinha o silêncio ao nosso encontro e o que existe
principia a ganhar uma fragilidade que se torna maior. Tudo
há-de ser tão leve agora para nós como um reflexo que chega
dessa ausência. Caminharemos um pouco mais. De novo
procuramos uma recordação, a passagem do vento, o seu olhar.
Fernando Guimarães in As raízes diferentes - Relógio d'Água - Lisboa, 2011
Saturday, July 28, 2012
No meio dos meus sonhos
Nomeei-te no meio dos meus sonhos
chamei por ti na minha solidão
troquei o céu azul pelos teus olhos
e o meu sólido chão pelo teu amor.
Ruy Belo
Friday, July 27, 2012
Na encruzilhada
A precariedade e a incerteza inquietam-nos, quando a ditadura acabou por nos conformar.
Resistir à adversidade, interpretando em silêncio as mudanças, obriga-nos a
repor objectivos de vida para além do nosso próprio umbigo, num dia que há-de
chegar. Com o euro em risco de se desvanecer, o que é expectável é a procura
dum equilíbrio que, nos estremeça os valores, através de gestos intervenientes que,
num impulso de solidariedade, não só nos estimulem a agir, mas de uma forma totalmente diferente.
Thursday, July 26, 2012
Wednesday, July 25, 2012
Vencer etapas
Num dos meus momentos de
encontro com a natureza, deparei com esta horta, de quem, certamente, acredita na
sua capacidade de superar necessidades mais imediatas. Afinal, é à sociedade
civil que cabe suprir o que o estado já não é capaz de proporcionar nestes
tempos menos prósperos. Aproveitando pequenos espaços, tanto em casa, como em
quintais ou varandas, permite-nos gerir melhor os próprios recursos, e obter hortaliças
e verduras muito mais saudáveis, livres de quaisquer produtos químicos.
Monday, July 23, 2012
A última espiga
Dir-te-ia: o verão ainda
não findou: Vem
e colhe
a última
espiga. Porque
nela colhes
todo o verão.
Albano Martins
não findou: Vem
e colhe
a última
espiga. Porque
nela colhes
todo o verão.
Albano Martins
Sunday, July 22, 2012
Em busca do sol e do mar
Gerir o tempo, quando o quotidiano nos consome, e saber apreciar
as pequenas coisas com simplicidade e despojamento, longe do ruído do mundo.
Saturday, July 21, 2012
Rio acima
Uma das
paisagens mais deslumbrantes que já vivi foi esta a perder de vista, sulcando o
Douro, a caminho dos confins.
Friday, July 20, 2012
Um lugar
Numa altura, em que as
temperaturas elevadas se tornam insuportáveis, ir à praia e mergulhar no mar é
um dos meus preferidos prazeres de Verão. Num tempo em que o calor ronda quase 40º
Celsius, as cores são mais densas e entrecortam-se na paisagem que a sombra
teima em não cobrir.
Thursday, July 19, 2012
Wednesday, July 18, 2012
À saúde
A estrela rock internacional Cliff Richard regressa a Lisboa para apresentar os seus vinhos – Onda Nova e Vida Nova – produzidos no Algarve. A apresentação é hoje na Garrafeira Nacional no coração de Lisboa. A entrada é livre e está convidado a aparecer a partir das 17h30 para provar as mais recentes colheitas dos vinhos do cantor.
Tuesday, July 17, 2012
Sunday, July 15, 2012
Relíquias
Comuns na Idade Média, para
uns, estes manuscritos serviam de aprendizagem de leitura litúrgica, em vários
momentos do dia, enquanto para outros não passavam de ostentação. Grossos, de
diferentes tamanhos e formas, ilustrados a azul brilhante e arabescos dourados, e capas em
tecido bordado a jóias, são considerados autênticos tesouros de um valor
inestimável, quando a iluminura atinge o máximo da perfeição.
Saturday, July 14, 2012
Mais verdade
As figuras imaginárias têm mais relevo e verdade que as
reais.
Bernardo
Soares, in «Livro do Desassossego»
Friday, July 13, 2012
Ondulando
Nas ondas da praia
Nas ondas do mar
Quero ser feliz
Quero me afogar.
Nas ondas da praia
Quem vem me beijar?
Quero a estrela-d'alva
Rainha do mar.
Quero ser feliz
Nas ondas do mar
Quero esquecer tudo
Quero descansar.
Manuel Bandeira in Estrela da Manhã
Quero ser feliz
Quero me afogar.
Nas ondas da praia
Quem vem me beijar?
Quero a estrela-d'alva
Rainha do mar.
Quero ser feliz
Nas ondas do mar
Quero esquecer tudo
Quero descansar.
Manuel Bandeira in Estrela da Manhã
Wednesday, July 11, 2012
Era uma vez
Um homem queria pendurar um quadro.
Já tinha o prego, só faltava o martelo. O vizinho tinha um martelo, e o nosso
homem resolveu pedi-lo emprestado.
Mas ficou com a dúvida:
“E se o vizinho não
me quiser emprestar o martelo? Ontem ele cumprimentou-me de forma muito seca.
Talvez estivesse com pressa. Mas isso devia ser só uma desculpa. Ele deve ter
alguma coisa contra mim. Mas porquê? Eu não fiz nada! Ele deve estar imaginando
coisas. Se alguém me pedisse emprestada alguma ferramenta minha eu emprestaria
imediatamente. Porque será que ele não me quer emprestar o martelo? Como é que
alguém pode recusar um simples favor desses a um semelhante? Gente dessa laia
só complica a nossa vida. De certeza que, ele imagina que eu dependo dele só
porque ele tem um martelo. Mas, já chega!”
E correu até ao
apartamento do vizinho, tocou à campainha, o vizinho abriu a porta. Mas antes
que pudesse dizer "Bom Dia", o nosso homem berrou:
"Pode ficar com
o seu martelo, seu imbecil!"
Paul Watzlawick
Tuesday, July 10, 2012
Área protegida
A Reserva Natural da Lagoa dos Salgados é a proposta de
passeio que vos deixo para uma caminhada ao fim da tarde. Habitat natural para
muitas aves e espécies de flora, a observar ao percorrer a ecovia de bicicleta
ou a pé.
Sunday, July 8, 2012
Saturday, July 7, 2012
Em cidades estranhas
Muitas canções começam no fim, em cidades
estranhas. Sei
que a felicidade dos meses é ao meio e a força
de um homem é ao meio
da vida pura. Mas são muitas
as canções que começam no fim.
É no fim que secamente falam do ardor
ao meio
da cidade e da existência que se volta
para si, de rosto — tremente
e verde de sua ilusão. Canções cada vez
mais no seu fim, tão secas voltadas
imenso para trás. Para onde
é todo o poder. Conheço
horríveis canções cor de coisas transtornadas.
Canções ainda repletas de peixes, flechas, dedos
agudos abertos em torno do sexo.
Começam no fim do seu pensamento.
São para morrer na véspera, com um lento
pavor no coração e o povo
atónito por todos os lados. Porque o povo
não sabe que um homem morre antes da sua
última canção.
estranhas. Sei
que a felicidade dos meses é ao meio e a força
de um homem é ao meio
da vida pura. Mas são muitas
as canções que começam no fim.
É no fim que secamente falam do ardor
ao meio
da cidade e da existência que se volta
para si, de rosto — tremente
e verde de sua ilusão. Canções cada vez
mais no seu fim, tão secas voltadas
imenso para trás. Para onde
é todo o poder. Conheço
horríveis canções cor de coisas transtornadas.
Canções ainda repletas de peixes, flechas, dedos
agudos abertos em torno do sexo.
Começam no fim do seu pensamento.
São para morrer na véspera, com um lento
pavor no coração e o povo
atónito por todos os lados. Porque o povo
não sabe que um homem morre antes da sua
última canção.
Herberto Helder
Friday, July 6, 2012
A cada passo
Nos caminhos incertos que
percorro, frequentemente, deparo com várias figueiras. Originárias do Mediterrâneo,
habitam terras de abandono, e, algo espectralizadas. De Junho a Setembro, dos
seus ramos debruçados entre si, emergem delicados frutos cuja pele é suave, e a
textura carnuda, doce e única.
Thursday, July 5, 2012
Wednesday, July 4, 2012
Tuesday, July 3, 2012
Monday, July 2, 2012
Experiência gastronómica
Reconhecida internacionalmente, a gastronomia japonesa com o
seu sabor leve e delicado, e um toque sofisticado, é certamente uma das minhas
eleitas.
Sunday, July 1, 2012
A ganância
Era uma vez uma galinha
muito especial. À primeira vista parecia igualzinha às outras, comia milho como
elas, cacarejava, e punha ovos como todas as outras... Ora, era mesmo por isso
que a galinha desta história era muito especial. Ela punha ovos de ouro.
Quando o dono descobriu, ficou muito contente pois logo pensou que os seus
problemas iam terminar. Mas o homem começou a cansar-se de ter de esperar
sempre pelo dia seguinte para ter mais um ovo. Até que a sua paciência se esgotou e teve vontade de ficar rico mais depressa.
Acreditava que dentro da galinha havia um tesouro, e que a sua barriga estava
cheia de ovos valiosos! -" Vou matar a galinha. Vou abri-la e ficarei rico
para sempre. Já estou farto de esperar".
Mal o pensou, logo o fez, mas também imediatamente se arrependeu, pois, assim
que viu a galinha por dentro, percebeu que ela era igual a todas as outras
galinhas da sua capoeira e que não havia tesouro. Agora, a única coisa que
podia fazer com ela era uma rica canja para matar a fome porque quem tudo quer,
tudo perde.
fábula de Esopo
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