Faltam aos
planos das cidades
esfinges aladas
palmas fora de
tempo, matagais
pequenos
acrescentos a vermelho
Faltam atlas com
algum detalhe
para as emissões
nocturnas
nos agudos da
nossa incerteza
falta uma beleza
a olhar para nós
indiscernível,
entreaberta ainda
Talvez a nós
próprios falte
essa grande
medida
insondáveis
cordas na travessia
uma juventude
que o mundo possa
documentar
os teus olhos
são o que resta
dos livros
sagrados
e da grande
pintura perdida
José Tolentino Mendonça in O Viajante
Sem Sono, Assírio & Alvim
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