
Friday, October 31, 2008
Feitiços nocturnos

Thursday, October 30, 2008
Virar a página

Wednesday, October 29, 2008
Fazes-me falta

Construí com loucura uma grande casa branca
E ao longo das paredes te chorei
In the name of your absence
I built with madness a large white house
And wept all along its walls for you
Sophia de Mello Breyner Andresen
Translated by Richard Zenith
Translated by Richard Zenith
Monday, October 27, 2008
Sunday, October 26, 2008
O almoço

Saturday, October 25, 2008
Convicções

A de que estamos no mundo
Por empréstimo.
Mas não por acaso.
David Mourão-Ferreira
Thursday, October 23, 2008
O enigma

Tuesday, October 21, 2008
Monday, October 20, 2008
Projectando

não porque tenha mais poder,
nem mais saber, nem mais haver.
Como lábio que suplica outro lábio,
como pequena e branca chama de silêncio,
como sopro obscuro do primeiro crepúsculo,
sei que estou vivo,
vivo sobre o teu peito,
sobre os teus flancos,
e cresço para ti.
Eugénio de Andrade
Saturday, October 18, 2008
Mais perto do céu

Friday, October 17, 2008
Folhas ao vento

Thursday, October 16, 2008
Entre as mãos
Wednesday, October 15, 2008
A lengalenga

«Em criança, quando me davam a sopa, fixava-me no prato à espera da rã que saltava um muro, impressa no fundo. A partir de não sei quantas colheres ia surgindo a pouco e pouco, colorida, feliz, de suspensórios e calções
- Não quero mais, já se vê a rã e insistiam
- Só esta
a mentirem-me porque o esta eram várias. Até rapavam a loiça
- É a última, a sério
e ao deslaçarem o babete da nuca magoavam-me sempre. Sopa de couves, sopa de feijão, sopa de ervilhas, a quantidade de sopas que me obrigaram a empanzinar, meu Deus. E bife raspado. E puré. E xarope no fim, de frascos de rótulo peganhento, tanto xarope que cá canta também.»
Esta passagem trouxe-me à memória alguns episódios da minha própria infância. Afinal também eu me lembro de usar babete, das mesmas sopas, e bifinhos raspados, e até do peganhento óleo de fígado de bacalhau, recomendado pelo pediatra. Contudo no meu prato, que por acaso tinha a cor amarela, não havia espaço para qualquer rã, e nunca foi necessário o uso de quaisquer estratagemas para me convencerem a comer tudo. Porém, o mesmo não se passou com alguns dos meus 5 irmãos. Foi então que me veio à mente uns versinhos que o meu pai recitava em jeito de lengalenga, numa dessas pontuais situações de birra, que por sua vez já teria ouvido de uma sua avó, e que eu nunca mais esqueci.
- Ó Papim papa a papinha
Papinha papa de pão
Papa-a ao pé do papá
Se o Papim não papa a papa
O papão papa o Papim
E o Papim já papa a papa
Para que o não pape o papão
Papa-a ao pé do papá
Se o Papim não papa a papa
O papão papa o Papim
E o Papim já papa a papa
Para que o não pape o papão
Tuesday, October 14, 2008
Saturday, October 11, 2008
Insuficiências
Friday, October 10, 2008
Thursday, October 9, 2008
O céu dele

Depois de beber umas boas goladas o senhor Henri disse: que belo eclipse! E bebeu mais umas goladas.
Deitado no chão à espera que algo acontecesse no céu o senhor Henri acabou por fechar os olhos e adormecer.
Quando acordou pegou na sua mochila e na sua garrafa de absinto e retirou-se.
Tive um eclipse privado, disse o senhor Henri para si próprio, satisfeitíssimo com os astros que conseguira ver no seu céu particular.
Gonçalo M. Tavares
Wednesday, October 8, 2008
Beijos e feitiços/Kisses and Spells

Ao receber o beijo, a princesa abre rapidamente os olhos, e despertando do seu longo sono, vendo o príncipe junto dela, murmura:
"Oh, finalmente chegaste! Aguardava por ti no meu sonho. Esperei tanto!"
Naquele momento, o feitiço foi quebrado. A princesa levantou-se segurando a mão do príncipe. E o castelo inteiro despertou também.
The Prince finally reached the room where the beautiful Princess lay fast asleep. For a long time he stood gazing at her face, so full of serenity, so peaceful, lovely and pure, and he felt spring to his heart that love he had always been searching for and never found. Overcome by emotion, he went close, lifted the girl's little white hand and gently kissed it . . .
At that kiss, the princess quickly opened her eyes, and wakening from her long sleep, seeing the Prince beside her, murmured:
"Oh, you have come at last! I was waiting for you in my dream. I've waited so long!"
Just then, the spell was broken. The Princess rose to her feet, holding out her hand to the Prince. And the whole castle woke up too.
At that kiss, the princess quickly opened her eyes, and wakening from her long sleep, seeing the Prince beside her, murmured:
"Oh, you have come at last! I was waiting for you in my dream. I've waited so long!"
Just then, the spell was broken. The Princess rose to her feet, holding out her hand to the Prince. And the whole castle woke up too.
Monday, October 6, 2008
Improvisando

palavra a palavra, e mesmo verso a verso,
até ao fim. O que não sei é
como acabá-lo; ou, até, se
o poema quer acabar. Então, peço-te ajuda:
puxo o teu corpo
para o meio dele, deito-o na cama
da estrofe, dispo-o de frases
e de adjectivos até te ver,
tu,
o mais nu dos pronomes. Ficamos
assim. Para trás, palavras e versos,
e tudo o que
não é preciso dizer:
eu e tu, chamando o amor
para quem o poema acabe.
Nuno Júdice
Saturday, October 4, 2008
Friday, October 3, 2008
Thursday, October 2, 2008
A ilha submersa

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