Laços de amor

Visível para alguns, inalcançável para outros, por vezes inconfessável até, quando dele não sabemos resistir. Porém, o amor definitivamente anda por aí. Em diferentes instantes, na exactidão do olhar, com sabor secreto, e necessária malícia. Entre as desilusões da vida, quando se transforma em sonho e nos mantém cúmplices numa relação assim mais íntima. Capturados pelas suas teias, desperta-nos paixões de dimensão poética. E, com erotismo, ou não, leva-nos ainda a navegar por outros terrenos. De ternura, ciúme, e com frequente violência, confirmando a tragédia pura e dura. O seu apelo é sensorial, percorre-nos as veias, e deixa-nos a flutuar, sabe-se lá por onde. O que mais me fascina é a sua imprevisibilidade, a itinerância, e os desencontros que provoca, deixando-nos a respirar esta espécie de ansiedade.

Entre lendas e mitos

É impossível ficar-lhes indiferente. Rodopiam à minha volta, à beira da estrada, pelos campos fora, e pelos vales, quando me entrego à beleza das suas flores. Visualmente sedutoras, a sua força expressiva rompe-me os silêncios, sugerindo-me uma linguagem coreográfica ao sabor da música do vento. Com imperturbável subtileza, desenham gestos que tendem prolongar-se até ao infinito, traduzindo-se em movimentos que as tornam quase humanas. E, tal como nós, respiram, recuperam posturas, e do seu canto ganham relevo em momentos de delicada partilha, quando me confiam segredos, e me devolvem sorrisos e abraços.

A matéria do sonho

Desejos de evasão, levam-me a contar os dias de encontro à minha princesinha. No mundo de contos de fadas, e no decurso da viagem, respira-se ansiedade, e aromas doces, imaginariamente melódicos. E, numa sequência de instantes que se relacionam e reúnem entre fragmentos desajustados, prevalecem imagens completas e mágicas. Como se a intensidade do sonho se perpetuasse, para fora dos limites da memória.

Horizonte aberto

É sob a claridade vaga e imprecisa, que volto a percorrer o trilho. Na relação com o lugar, paira no ar o que me falta descobrir, marcando-me o ritmo dos passos. As vagas de frio, atormentadas pela chuva intensa do inverno, confiam-me uma natureza de perspectivas contrastantes, e capacidade de metamorfose. A importância da cor apressa-me o andar, desaguando no mar imperturbável da paisagem, dominada pelas várias tonalidades de azul, e a suave cadência das ondas.

O sul e os sonhos

Não chegou a conhecer o pai, que morreu antes de nascer. Da mãe herdou a alegria, e dos bisavós a horta em Cacela. Quando lá vai, é como se regressasse à infância, com as amoras tingindo-lhe as mãos como se fosse sangue, e olhando o tecto de canas, por onde as osgas continuam a esconder-se entre as frinchas. Mas, é o sentimento de orfandade que no fundo a leva a manifestar-se, como se de algo mais necessitasse, tal a ansiedade de criar. Para Teresa Rita Lopes a poesia é um ofício, e «O sul dos meus sonhos» a melhor expressão de ter vivido os dias intensamente.

Ilusão dos sentidos

Entre sonhos e imagens recriadas na imaginação, seres e figuras tornam-se recorrentes na desconstrução de corpos. Ora distorcidas, ora nítidas e brutais, fecham-se num círculo perfumado a melancolia, esgotando as suas formas, e fantasiando sem nexo a escolha absurda dum destino.

A harmonia energética

Todos os seres vivos, dos mais simples aos mais complexos, se revestem dum campo energético que retrata a aura de cada um de nós. Promovendo emoções positivas, evitamos contaminações que nos causam desequilíbrios. Porém, a existência de fissuras, ou buracos áureos que provocam perda energética, podem levar-nos a situações de maior stress. Através de técnicas de limpeza, com poder curativo mais adequadas, encontram-se a música, as plantas, a luz natural, os cristais, os incensos, e diversos exercícios respiratórios, e meditativos de consciencialização diária, que nos ajudam a criar escudos mais sólidos, que não só nos protegem, mas nos proporcionam a qualidade que precisamos nas nossas vidas.