Sunday, August 17, 2008
Saturday, August 16, 2008
Olhares indiscretos

Ilíada de Homero, XIV, 170-177 (sobre Hera)
«Após o que veste um vestido divino que Atena para ela havia feito e polido; juntando-lhe grande número de ornamentos. Com broches de oiro prende-o no colo. Cinge-se com um cinto de cem franjas. Nos lóbulos furados das suas orelhas enfia os brincos, de três gemas cada, grandes como amoras, de um brilho infinito. A cabeça, por fim, cobre-a a divina com um belíssimo véu, ainda por estrear, branco como o sol. Nos formosos pés, calça belas sandálias»
Ilíada de Homero, XIV, 178-186 (sobre Hera)
Friday, August 15, 2008
Wednesday, August 13, 2008
Nem grande nem inteligente

Tuesday, August 12, 2008
Súplica

Monday, August 11, 2008
Poente

caiu ao fim da tarde, com a calma
branca dos muros; e as horas
estendiam-se pelo campo,
como os pássaros do poente.
Mas doíam-me as dúvidas
que trouxe deste dia; e
colei-as às flores de uma árvore,
para que delas nasçam
os frutos luminosos de amanhã.
De noite, quando me esquecer
da ondulação verde da terra,
ouvirei o silêncio - e nas suas palavras
contarei as sílabas mudas do amor,
enquanto o mundo não acorda.
Nuno Júice
Sunday, August 10, 2008
Friday, August 8, 2008
Desígnios da Universalidade

Tuesday, August 5, 2008
Brisa de Verão

António Ramos Rosa
Monday, August 4, 2008
Existências

No poema ficou o fogo mais secreto
O intenso fogo devorador das coisas
Que esteve sempre muito longe e muito perto
Sophia de Mello Breyner Andresen
Saturday, August 2, 2008
Friday, August 1, 2008
Opções
Podiam, de facto, ter escolhido ter menos turistas em vez de quererem albergar todos os selvagens da Europa, que nem sequer justificam em receitas os danos que em seu nome foram causados. Podiam ter construído com regras e planeamento e um mínimo de bom gosto. Podiam ter percebido que a qualidade de vida e a beleza daquelas terras garantiam trezentos anos de prosperidade, em vez de trinta de lucros a qualquer preço.
E todos os anos, por esta altura, percorrendo estas terras que guardo na memória como a mais incurável das feridas, faço-me a mesma pergunta: Porquê? Porquê tanta devastação, tanto horror, tanta construção, tanta estupidez? Tanto prédio estilo-Brandoa, tanto guindaste, tanto barulho de obras eternas, tanta rotunda, tanta 'escultura' do primo do cunhado do presidente da câmara, e sempre as mesmas estradas, os mesmos (isto é, nenhuns) lugares de estacionamento, os mesmos (isto é, nenhuns) espaços verdes?
Wednesday, July 30, 2008
Pic-nic

Tuesday, July 29, 2008
Um pouco de si

Sunday, July 27, 2008
Riqueza da palavra
De há 30 anos a esta parte, é sempre assim, durante o verão. Quem cá passa férias, e quem como eu tem o privilégio de residir no Algarve, vai até à Qta da Balaia, neste período de estio, ouvir a palavra de Deus, em pleno ar livre. Neste domingo tivemos a honra da visita do nosso cardeal patriarca – D. José da Cruz Policarpo, que tentando corrigir-nos a visão do Pai, nos apresentou um projecto, através do qual se glorifica o Filho. Só poderemos evocar o poder, e misericórdia de Deus, através da descoberta da centralidade de Jesus, com quem nos devemos identificar. Na parábola de hoje é realçada esta ideia, comparável a um tesouro escondido, que resistindo a tudo, nos acompanha na etapa definitiva das nossas vidas. Afinal ninguém o alcança, sem uma relação directa com Jesus - o rosto de Deus, e o caminho, que ao cruzar-se connosco nos transmite toda a sua bondade, e beleza.
Saturday, July 26, 2008
Resistência

E elevou-se invencível empregando as suas forças;
E esquecendo-me de mim próprio e da vida levada pelos ócios
Tomei com mãos desacostumadas a força do tempo
E afrontei tantos perigos, pela terra e pelo mar
Como estrelas há entre o firmamento visível e invisível.
Ovídio
Friday, July 25, 2008
Troca de Olhares/Eye Contact
Nunca me canso de ouvir, ou trautear «Com açúcar, com afecto, fiz teu doce predilecto…», que nas vozes de Nara Leão, e Chico Buarque, sempre me enlevaram o espírito. É daquelas melodias intemporais, que me fala para dentro, reinventando as magias do quotidiano, e valorizando sentimentos, num verdadeiro processo de renovação. Não deixem de ouvir.
I never get fed up of listening or humming «With sugar and affection, I’ve cooked your favourite desert …» that in the voices of the Brazilian singers Nara Leão, and Chico Buarque, always enlighten my spirit. It’s just one of those timeless melodies, that touches my heart, recreating our daily lives, and talking about feelings in a truly renovation process. Make sure you don’t miss it.
Thursday, July 24, 2008
A olho nu

Séneca, Questões Naturais, livro 7, século I
Tuesday, July 22, 2008
Smart Parade
A transformação de carros Smart em obras de arte, partiu da iniciativa da CADin – instituição de solidariedade social, que ajuda a promover a integração de cerca de cem mil crianças portuguesas com perturbações no desenvolvimento, na nossa sociedade, de cuja equipa faz orgulhosamente parte a minha sobrinha Carolina. Vinte destas viaturas oferecidas pela Mercedes-Benz Portugal irão ser leiloadas no Casino Estoril, numa cerimónia com Jantar de Gala, a ter lugar no próximo dia 30 de Outubro, com o objectivo de angariar fundos. Até lá, tal como eu, delicie-se com todo este colorido no exterior do Algarve Shopping.
The conversion of Smart cars into works of art, came from CADin - institution of social solidarity, that helps promoting the integration of approximately one hundred thousand Portuguese children with disturbances in the development, and of whose team my niece Carolina is proudly part of. Twenty of these vehicles offered by Mercedes-Benz Portugal will be auctioned at the Casino Estoril, at a Gala Dinner to take place on the 30th of October, seeking to raise funds. Until then, delight yourselves with this entire colour outside the Algarve Shopping.
Monday, July 21, 2008
Rotina

janelas de outros quartos, ao veres a rua que desemboca
noutras ruas, e as pessoas que se cruzam, no início da
manhã, sem pensarem com quem se cruzam
em cada início de manhã, talvez te apeteça
voltar para dentro, onde ninguém te espera. Mas
o dia nasceu – um outro dia, e a contagem do tempo
começou a partir do momento em que
abriste a janela, e em que todas as janelas
da rua se abriram, como a tua. Então, resta-te
saber com quem te irás cruzar, esta manhã: se
o rosto que vais fixar, por uns instantes, retribuirá
o teu gesto; ou se alguém, no primeiro café que
tomares, te devolverá a mesma inquietação
que saboreias, enquanto esperas que o líquido
arrefeça.